O pioneirismo na inovação tecnológica e a sua importância no desenvolvimento da sociedade.
Na história houve inúmeros momentos de transformação tecnológica e, em todas elas, um indivíduo resolveu fazer algo diferente e teve que convencer a sociedade que a nova forma era a melhor a ser seguida.
A roda é a primeira e principal invenção a causar impacto no desenvolvimento tecnológico da humanidade, sua importância é tão grande que comumente é mencionada em discussões de novas soluções e produtos. Quem nunca falou ou ouviu no dia a dia que “não precisamos reinventar a roda”. O descobrimento do fogo é outro marco no desenvolvimento da humanidade, pois passamos a dominar formas de gerar energia e entender as propriedades químicas e físicas que hoje nos possibilitam incontáveis materiais, medicamentos e alimentos.
Em um momento mais recente da história, as grandes navegações desbravaram novos continentes e os estudos de cartografia foram responsáveis por dar início à globalização. Já na metade do século 18, a primeira revolução industrial iniciou a transformação da sociedade moderna, trazendo as máquinas e possibilitando a escalabilidade de produtos. Hoje, vivendo a quarta revolução industrial, carrego uma certeza: temos ainda muitas inovações e melhorias que irão alterar a forma que a sociedade vive.
Quando a Éleme foi fundada no ano de 2018, meus sócios e eu sabíamos do desafio de alterar uma cultura para democratizar a manutenção preventiva predial. Porém, quando se acredita em uma ideia e há dedicação na execução, a mobilização de pessoas que se apaixonam pelo projeto acontece.
Nossa preocupação sempre foi sanar um problema real do mercado – dedicamos o primeiro ano da empresa estudando o dia a dia de um condomínio, testando provas de conceito e desenvolvendo nosso produto mínimo viável. Esse processo foi extremamente importante para definirmos o direcionamento do desenvolvimento do produto porque, como sabemos, a tecnologia é um meio para promover soluções e não a solução em si.
Dentre as descobertas que fizemos nesse primeiro ano de estudo, a principal certamente foi como lidar com as equipes distintas que atuam dentro de uma edificação. De acordo com a NBR 5674, existem três grupos de profissionais que atuam na manutenção predial:
- os que atuam em empresas capacitadas, que por definição são “organização ou pessoa que tenha recebido capacitação, orientação e responsabilidade de profissional habilitado e que trabalhe sob responsabilidade de profissional habilitado”;
- as empresas especializadas que por definição são uma “organização ou profissional liberal que exerce função na qual são exigidas qualificação e competência técnicas específicas”;
- a equipe de manutenção local, que por definição são “pessoas que realizam diversos serviços, tenham recebido orientação e possuam conhecimento de prevenção de riscos e acidentes”.
Durante nossos estudos em campo, entendemos que cada grupo profissional deveria ser tratado de forma diferenciada dentro do software já que apresentam resultados distintos que precisam ser demonstrados em relatórios. Além disso, certamente aproximar processos da operação existente na edificação com novas formas de operacionalizar as manutenções.
E o grande resultado de todo esse entendimento foi uma descoberta trivial: não é possível realizar uma inovação tentando “empurrar” para o mercado uma solução inexequível – não é possível inovar sem dedicar muito tempo de desenvolvimento de um novo produto.
As histórias da humanidade abordadas no início do artigo apresentam períodos longos de tempo entre elas. Não é rápido e nem simples inovar, mas alguém precisa dar o primeiro passo.
Esse conteúdo foi escrito pela Engenheira Civil e de Segurança no Trabalho e Co-founder Éleme Laura Mitterer (@lauramitterereleme).